terça-feira, 12 de junho de 2007

Carta aos humanos

Natal, 22 de março de 2007-05-27



Prazer em conhecê-lo, meu nome é Arthur Cano, sou um pássaro tucano, originário do Brasil. Dizem que sou um bom brasileiro por causa das cores das minhas penas: azuis, amarelas e brancas, parecidas com as cores da bandeira brasileira. Eu já fui mais feliz, quando os meus irmãos de espécie eram muitos e voávamos por aí, contemplando todas as maravilhas do nosso país.
Bem, eu resolvi escrever-lhes para dizer que eu preciso de sua ajuda e de todos os seres humanos. A terra pede ajuda de todos e vocês têm que salvar o nosso planeta do desmatamento.
Vamos cuidar do que é nosso, fazendo saúde. Como fazer saúde?
Não desmatando as florestas que ainda existem, respeitando a minha natureza que também é sua, assim como o planeta inteiro, evitando poluir o ar, a água, o solo.
Salvemos o Brasil, seres humanos! O mundo está em nossas mãos, vamos preservar o que ainda resta, socorro!
Os animais não agüentam mais tanta poluição e tanto desmatamento.
Eu, como pássaro tucano, vendo que os animais sofrerão mais do que estão sofrendo, porque as árvores estão sendo derrubadas pouco a pouco, fico desesperado. Sou um pássaro voador e vendo o que está acontecendo na Amazônia, fico indignado. O coração do planeta está parando, o tempo está passando. Neste momento, enquanto você lê esta carta, muitas árvores estão sendo derrubadas. Quem está fazendo isso não tem coração, porque sabem o que estão fazendo e sabem, das conseqüências, mas continuam destruindo.
Imaginem daqui a 30 anos. Vai ser ruim, ruim até de pensar. Mas o que vai acontecer realmente? Existem ações que colocam o meio ambiente em risco, como a poluição das indústrias, o assoreamento de rios e acúmulo de lixo, a fumaça tóxica que sai dos automóveis. A água potável está acabando. Algumas pessoas desperdiçam a água sem se dar conta de que um dia vão precisar tomar um gole e só vão encontrar água podre. Todos vocês, seres humanos, sabem disso e sabem que essas ações são crimes contra o meio ambiente. Isso é sério, melhor dizendo é caso de vida ou morte, e tem que ser resolvido rapidamente, pois a natureza é o bem mais precioso que Deus nos deu. Enquanto seres humanos estão destruindo a natureza, Deus está lá no céu muito triste, pois tudo é obra dele e a obra mais importante é a mais destruidora.
Agora é com vocês, homens: criem leis contra o desmatamento, mas façam com que se cumpra. Nós, animais, já estamos sentindo na pele o que está acontecendo com a natureza.
Acorda Brasil! Acorda Planeta Terra. Mostrem a sua cara.


ALAN HUDSON GOMES DA SILVA – 7º ano A
ESCOLA MUNICIPAL CELESTINO PIMENTEL
(440)

Descrição de um sonho

O sonho que eu tive foi longo, mas prazeroso. Sonhei com um automóvel que queria possuir há muito tempo, uma relíquia que nas minhas mãos seria valorizado. Lá estava ele, na loja, no canto mais alto, girava lentamente para que quem o olhasse, o apreciasse. Meu sonho parecia real, pois a loja e ele eram os mesmos que existem na rua do meu trabalho, só havia uma diferença: só era eu e ele. Enquanto o olhava, via seus detalhes impressionantes, sua cor vermelha me atraia, seu estilo ferrari me impressionava, suas rodas brilhavam com formato de estrela e o pára-choque grande e inclinado. Os faróis dianteiros embutidos davam ainda mais charme a ele e os trazeiros davam um estilo moderno e sofisticado, era deslumbrante. E para completar ainda mais sua beleza, provando atitude e potencialidade, seu cano trazeiro que servia como turbo era de grande espessura; e não aguentando mais, entrei no carro e senti seu banco macio, de cor clara. Liguei-o, acelerei e daí larguei tudo da minha cabeça e testei o verdadeiro poder do meu sonho de consumo.
Mas a excitação foi tanta que acabei acordando e vi que era só mais um sonho com o mesmo carro. Agora, acordado, eu sei que só posso tê-lo em sonho.
Nilton (3º ano EEDNM).

domingo, 10 de junho de 2007

Crônica: Ano de vestibular

Ainda me lembro perfeitamente do dia que nos conhecemos.
Estávamos na mesma livraria. Ele com um grande e volumoso livro de capa preta, onde de longe se lia "Física Quântica". Fiquei adimirada, como um rapaz tão jovem, bonito e de aparência despojada..., com um livro daquele na mão.
Imediatamente depois, me envergonhei e escondi o livro de poesias que tinha em mãos.
_ O que ele vai pensar se me vir com um simples livro de poesias? Tenho que parecer inteligente. rapazes assim..., gostam de moças inteligentes.
Peguei logo o maior livro de matemática que vi e comecei a ler com ar de interesse pelo assunto (e logo eu, que odeio números, mas tinha um motivo de força maior...). Ao sair da livraria, ele me olhou e sorriu.
_ Consegui!!! ôpa, falei alto demais! Disfarcei e comentei: _ Mas, esse cálculo até que era fácil...
Ufa!!! Pararam de me olhar. Não me contive e perguntei a uma atendente se o rapaz sempre estava por ali.
_ Claro que sim, ele...
_ Desculpe, meu celular.
Atendi. Era a aminha melhor amiga. parece que ela adivinha. Contei a ela o que houve e perguntei o que fazer. Ela me aconselhou a continuar a agir exatamente como estava agindo.
Fui para casa pensando na rapaz. No outro dia após a aula voltei à livraria na esperança de encontrá-lo. E ele estava lá. Lindo. Suas calças folgadas, tênis, camisa preta, boné. Dessa vez estava com um livro de História do Brasil. (Que lindo, um Gênio rebelde!). Pensei em falar com ele, mas não sabia como começar o papo sem parecer uma burra. Sobre o que eu iria conversar com um garoto que lia tanto, sobre assuntos tão diferentes? Montei uma estratégia: peguei todas as minhas economias e no dia seguinte voltei e comprei vários livros de português, matemática, física, química, biologia... e comecei a "devorá-los". Minha mãe gostou tanto de me ver estudando que ganhei aumento de mesada - e duas semanas depois de tanto ler, voltei à livraria, dessa vez disposta a puxar um assunto, algo como: "tá quente hoje, né?" Consequências do efeito estufa.
Que rídiculo. Melhor não ensaiar. Chamei minha amiga para ir comigo. (É bom um apoio moral nessas horas!).
Chegamos e lá estava ele. Dessa vez estava com dois livros de geografia (A idéia do efeito estufa não foi tão ruim), cheguei até ele, respirei fundo e soltei um "oi" tímido.
_ Olá, respondeu ele.
_ Você gosta daqui, né?
_ É, até que é legal.
_ Você está aqui todos os dias?
_ De segunda a sábado.
_ Pelo menos, o domingo você tira para descansar, né?
_ Claro. Senão acabo enlouquecendo.
_ Ah, você estuda aqui perto?
_ Não, não estudo mais.
_Nossa, tão jovem. Já se formou?
_ Não, acho que você não entendeu. Eu parei de estudar na 8ª série, quando vim trabalhar aqui.
_ Você trabalha aqui???
_ Claro, sou entregador, o que você achou?
_ Nada. Eu tenho que ir. Até outro dia.
Que mico. Eu achando que... Tive que aguentar piadas da minha amiga por muito tempo.
Bom, mas nem tudo foi perdido. Não fiquei com o carinha, ele namora uma menina da 5ª série da minha escola, mas pelo menos algo de bom me aconteceu. Passei no vestibular de primeira.


Ahanna Tayra (3º ano, EEDNM)

O que é textualidade?

Considerando-se que os textos têm características que os diferenciam de frases isoladas, alguns fatores como coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e intertextualidade (Beaugrande e Dressler, 1986) são elementos responsáveis pela textualidade.
Com a seleção de textos de alunos, faz-se aqui a discussão desses elementos.